A ideia da autonomia política mobilizou os senhores de engenho, que trataram de criar e financiar batalhões patrióticos. Para senhores de escravos, negociantes e comerciantes nacionais, a independência do Brasil tornava possível que eles administrassem os seus negócios sem a interferência da Coroa portuguesa.
Mas os principais protagonistas desta vitória estavam nos pelotões patrióticos que iriam enfrentar, além dos portugueses, a fome, a sede e o cansaço, na longa jornada, até os campos de batalha nos arredores de Salvador. Eram muitos negros libertos, escravos e brancos pobres. Para os escravos a guerra contra os portugueses era uma oportunidade para conquistarem a alforria, uma espécie de recompensa patriótica do governo de D. Pedro, ou ainda para fugirem em meio à confusão e o desespero dos senhores. Ao mesmo tempo, a vitória contra os portugueses só foi possível com o recrutamento desta gente preta e pobre. Deve ser por isso que o fim do domínio português tornou-se uma festa popular, que em Salvador tem nos Caboclos seus principais símbolos.
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